Medicar crianças vítimas de traumas precoces, polêmica?

Recentemente fui consultado por um órgão de mídia local, sobre os efeitos de traumas precoces nas crianças e suas possíveis consequências na juventude é vida adulta.

Na ocasião, comuniquei que há consequências a crianças submetidas a estresse precoce, mas que isso poderia ser variável de criança para criança de acordo com a resiliência de cada um. Contudo, dado o fato ocorrido na nossa cidade, aonde crianças do berçário vinham sendo agredidas repetidamente por cuidadoras em uma creche do município, o aparecimento de sintomas precoce nas crianças seria inevitável. Acrescentei ainda que as crianças que estivessem apresentar sintomas poderiam ser medicadas.

Eis a polêmica, pois recebi algumas mensagens solicitando esclarecimentos bem como outras criticando a excessiva medicalização de crianças.

Primeiramente, devo esclarecer que não me posicionaria a favor de medicar crianças sem base científica para isso. Neste sentido, apesar dos estudos ainda serem recentes, não são objeto de controvérsias, pelo contrário, temos demonstrações clínicas de resultados efetivos de medicar crianças vítimas de estresse precoce com resultados positivos.

Temos estudos já bem documentados sobre a ação em receptores de glicocorticoides em neurônios do hipocampo com consequente redução de sinapses dendríticas com alterações comportamentais na juventude bem demostradas em estudos com cobaias.

Na pratica clinica estamos cansados de saber que adolescentes problemáticos foram submetidos a condições ambientais de estresse né infância, a questão da polêmica e quando medicar essas crianças?

Quanto antes melhor serão os resultados e temos estudos demostrando tais afirmações.

Portanto, acompanhar psicologicamente essas crianças de perto é imprescindível, mas médica-lãs pode melhorar os resultados cognitivos, comportamentais e sociais.

Att,


Considerações genéticas da resposta terapêutica a fluoxetina em crianças.

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